Minha ideia de comunidade é específica, mas acho que bem útil que pode aderir a muitas pessoas. Em resumo, é um Eu Fui Cuzão? Ao contrário, perguntar se foram cuzão contigo, mas não só limitado a isso: perguntar sobre a validade de um tratamento, não importa o quão pequeno, não só tratamento como atitudes. Agora vai começar a parte grossa:

Existe uma diferença entre rir de algo, e rir do que ri desse algo, e é algo bem fino se você for comparar certas coisas. Um exemplo polêmico que lembro é South Park, que para os desalentados, e até 10 segundos fora de contexto, pode parecer a pior série do mundo, mas quase todo episódio, ao se ter o contexto inteiro, tem uma crítica sobre o que se está lá. Veja Borat: um personagem esteripotipado sobre como os EUA vêem o oriente médio, atuando no mundo real, onde ninguém sabe que ele é um personagem. O filme, através da imitação (atuação) de um personagem caricato e absurdo: racista, antissemita, sexista, homofóbico, e tudo de ruim, consegue tirar reações genuínas de não-atores, escancarando o horror de preconceito de 2006 que não melhorou muito. Voltando a South Park, a série costuma mostrar mais do que falar — é seu trabalho interpretar, não o da série. E em um episódio em específico, há toda essa história sobre negros ricos que se mudam para a cidade, com os moradores querendo expulsar os ricos negros, por serem ricos, claro. O Professor Garrison faz de tudo e consegue expulsá-los, e ele faz isso “vestido de fantasma”, ou seja, como membro da KKK, e como o William Smith & companhia não são tolos, correram dos “fantasmas”, onde o Sr. Garrison no episódio admite, com todas as palavras, conseguimos nos livrar desses malditos criolos". O episódio faz disso uma ótima representação de como o racismo acontece escondido a céus abertos

Tô dando a volta por quê? Porque às vezes uma crítica, uma atitude, uma fala, comportamento, conversa, apelido, pode parecer preconceituosa a primeira partida, sem análise, e as pessoas podem levar a mal, muito por traumas de pessoas que realmente tinham más intenções, onde algo minimamente fora do hiper formal acaba, por ironia, tencionando as relações e limitando brincadeiras verdadeiramente amigáveis

Resumo: quero uma comunidade para analisar se uma ação/fala/ato é problemática, verdadeiramente, ou se tem algo por trás, uma interpretada intencionada, uma vontade de ser verdadeiramente gentil, sem saber que se está ofendendo, e ensinar as pessoas a se guiarem nesse mundo de passivo-agressivo e pessoas só se expressando como costumam

Um possível problema que vejo é muito pessoal moralista se unir e começar a julgar tudo que é tipo de ação, quando a intenção é o oposto, entender o outro lado que parece querer ofender, e criar comunicação para tratar das relações com as pessoas/coisas e não se fechar (sabendo que nem sempre é possível). Talvez até tratar traumas com termos.

Só mais um adendo: pretendo fixar o básico: “Se a pessoa insiste em um hábito nocivo de propósito, depois da conversa calma, não adianta tentar melhorar esse hábito”, ou algo assim

    • RePop@lemmy.eco.brOP
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      11 months ago

      Não, não é sobre “você”, é sobre os outros, e outras coisas. O foco não é desabafo, é debate, não é sobre analisar culpa, mas efeito, e eu já mencionei no começo do texto que é quase “Eu sou um Cuzão?”, só que ao contrário